quinta-feira, 17 de junho de 2010

Pedal para o Campeche


Ontem, antes do pedal, a Ciclo Vil estava bombando! Parecia uma loja nos tempos áureos do Paraguai, onde se podia comprar de tudo. Eu queria pagar o ingresso da festa junina, a Simone queria ver umas luvas, a Raquel via os preços das passagens, a Tereza não foi, o Rinaldo estava sem o siso, o pequeno Gabriel brincava de caminhãozinho, a Cláudia buzinava sua “joaninha”, o Ricardo vestiu um pijama preto e eu pedi uma calcinha rosa para a Sirlene, mas estava em falta.

O movimento era tanto que houve certa dificuldade para sairmos da loja com nossas bicicletas. Rodrigo, Claudinha e Castilho exibiam suas máquinas novas. Aline estava feliz com a revisão que fez em sua bike. Eu havia limpado a “Cruel” e lubrificado a corrente com um óleo de quinta categoria, mas a bichinha tava querendo andar lá na frente! Os Kaveiras Nando, Elyandro, Gustavo e Sandro também estavam presentes, sinal de que o passeio seria veloz.

Assim que saímos da Ciclo Vil, desembocamos na Presidente Kennedy e cruzamos a ponte Rio Araújo, deixando São José para trás. Em frente a Tramontina encontramos Marquinho e sua gangue de Capoeiras, todos a fim de um pedal mais forte. Contei 36 cabeças que enfileiradas lembravam um cordão de luzinhas natalinas. Na subida da Ponte, Papai Noel derrubou Castilho, que não ouviu os sininhos das renas apressadas. Não dá nada, o espírito mountain bike é um estilo meio Papa: tem que beijar o chão!

Em frente ao tratamento de esgoto eu estava me sentindo um bosta, por isso resolvi extravasar tudo o que sentia num sprint até a subida da Prainha. Acho que o Cássio também queria extravasar, pois veio colado em mim. Da Prainha até a entrada da Ciclovia Sul, azulamos o cubo! João exibia orgulhoso a tecnologia usada para a segurança do grupo. Por rádio intimou Petry a ser o noivo na festa junina. Petry se esquivou daqui e dali, mas acho que irá aceitar, tudo é uma questão de uns tragos a mais de quentão.

Na relargada, Raquel Maravilha viu sua corrente fugir da coroa e tivemos que parar para socorrê-la. Então fui trocando uma ideia com Simara, Adi e Simone até a passarela que marca o fim da ciclovia. Daí fomos em bando até o Rio Tavares, com João gritando para a gente pedalar mais devagar, pois alguns colegas não estavam conseguindo nos acompanhar. Esse é um trecho perigoso, pois os carros passam colados em nossos guidões e qualquer cochilo é pacote na certa. No trevo que dá acesso à Lagoa da Conceição (Posto Galo), os Kaveiras avisaram que queriam chacoalhar seus ossos e voaram até o Morro das Pedras. O resto do grupo, os “pelancas”, partiu para a Praia do Campeche, dominando a ciclovia. Eu e o Luciano ultrapassamos o João e a Simara e íamos nos aproximando da velocidade da luz quando um mané apontou o bico do carro, invadindo a ciclovia. Cumprimentamos a mãe dele aos gritos. Como todos desejavam saudar a mãe do mané, ele se mandou, porque um ciclista sozinho não é nada, mas em bando fica tudo machinho, todo mundo luta vale-tudo. Contudo, se juntar nossas artes marciais, a única coisa que batemos é em retirada! Simbooooora cambaaaaada!!!

Chegamos à beira do mar do Campeche acompanhados novamente por Papai Noel, que presenteou Karol com um lindo pacotão! “Tás bem, nega?!” Karol trançou as pernas na roda dianteira como se tivesse dançando um tango (ou como se tivesse agarrando um orangotango?). Com dificuldade tiramos a Miss Pedal Continente do sufoco. Depois, eu e o Marquinho explicamos didaticamente para o Ricardo o porquê de as meninas irem ao banheiro com mais frequência que os meninos. Não entendemos de anatomia, mas o papo resultou numa boa piada.

Na volta os Kaveiras se agruparam novamente aos pelancas e, completo, o corpo tocou para casa. A turma está pedalando muito forte, furando sinal, dando sprints, forçando nas subidas e zunindo morro abaixo. Ninguém quer ficar para trás! Nem mesmo Papai Noel, que já estava indo embora, mas viu o sapatinho na janela do quintal do amigo Rodrigo e deixou mais um pacotinho na sinaleira da Prainha. Então, invadimos a ponte, passamos pela festa no Parque de Coqueiros, dobramos à direita após a lombada eletrônica e, após passarmos por debaixo do viaduto, pegamos à esquerda e passamos em frente da Dígitros. Daí, alcançamos o elevado de Capoeiras, onde eu, Ricardo, Elyandro e Alessandra nos separamos do grupo, que tocou para onde tudo começou.

Foi um pedal nervoso com vários trechos liberados para sprints. Em todas as paradas era visível a adrenalina pulsando nos olhos esbugalhados da galera. Do jeito que a coisa está indo, argumenta Petry, é muito possível que em pouco tempo haja pedal todos os dias, porque o tempo não para e a gente tá na pilha. “Eu tô ligado nessa matilha noturna, onde cada canino morde a própria vida!” Adoro essa espécie!

Prof. Charles.

2 comentários:

Papai Noel disse...

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Sandálias do Outono disse...

Pô, Jorge, acho que você vai ficar sozinho nesse pedal... kkkkkk!!!

Prof. Charles.