terça-feira, 27 de abril de 2010

Para nascer uma camisa

Uma roda no crepúsculo, outra na aurora. É assim que o Pedal Continente faz girar os dias. A “Família Bikers” cresce sem perder a leveza das primeiras pedaladas. Ela sabe que seu destino é a própria vida! Foram centímetros de infância, quilômetros de mocidade e ainda resta uma circunferência chamada Terra para brincar de felicidade! Nessa família a beleza parece ter desabrochado antes da rosa-dos-ventos e do perfume dos sentidos. Nem tanto pelo encanto do sol que emana, mas pela vida dos raios de cada aro que faz nascer!

Viver é movimento! Por isso, o vento dá pernas miúdas a coisas inanimadas. Por isso, o mar se encrespa em ondas! Por isso, saímos todos ontem de casa e fomos ver o nascimento de uma camisa laranja, amarela, vermelha e branca.

Engana-se quem pensa que uma camisa nasce por um capricho de alfaiate. Para nascer uma camisa é preciso que os amigos se encontrem e conversem sobre assuntos alegres. É preciso que a chuva pare e que permaneçam molhados para sempre os amantes. É preciso que a hora não peque e que Diogo nos lembre que o Pedal Continente nasceu aos catorze de setembro de dois mil e nove. É preciso que as crianças estejam presentes, pois são elas as mensageiras das novidades desse mundo!

Para nascer uma camisa é preciso que as mulheres soltem os cabelos e se produzam! É preciso que todos fiquem hipnotizados com os olhos verdes e pintados da Karol, com a beleza morena e estonteante da Aninha, com a sensualidade da Simara, com o jeitinho doce da Raquel, com a graça exuberante da Tereza, com a ternura da Fê, com o charme da Adilene, com a elegância da Fabiana, enfim, com as virtudes femininas de todas as mulheres que sempre nos acompanham.

Para nascer uma camisa é preciso vestir os manequins com nossas cores e contemplá-las de longe, imaginando o momento em que todos sairão pelas ruas uniformizados. É preciso sorrir para a vida e para as fotos. É preciso sair da dieta, comer salgadinho com refrigerante e falar de boca cheia: “Obrigado, meu Deus, por me deixar fazer parte dessa família de malucos!”

Para nascer uma camisa é preciso que o Marquinho e o Elyandro estejam no bar monitorando a temperatura das cervejas. É preciso conversar com os amigos carecas sobre cabelo, com jovens sobre as bandas dos anos oitenta, com a mãe do João sobre o bom desempenho da Ana Maria Braga na “Dança dos Famosos”. É preciso ouvir as palavras precisas e emocionantes do mestre Rinaldo ao microfone, receber a camisa oficial do grupo pelas mãos do Comandante João e pousar para uma foto ao lado dos fundadores. É preciso que este relator entre na cozinha ao lado do bar julgando ser o banheiro, que o amigo Cassol tente encontrar uma nova saída através da parede, que a Raquel fique contente por um segundo ao ouvir o sorteio do número “Quarenta...”, mas se entristeça com o final da dezena: “... e oito”. É preciso ser contagiado pelo bom-humor do Jairo, do Petry e do Alexandre.

Para nascer uma camisa é preciso ficar até o fim da festa ao som do Nando Karam e ouvir seu excelente repertório. É preciso deixar o álcool fazer efeito e liberar o artista, o louco, o palhaço, o mímico, o bufão, o cantor, o contista e o humorista que há dentro de todos nós! É preciso ir de Leandro e Leonardo a Bob Marley, de Led Zepplin a Zeca Pagodinho, de macho a deixa que eu me encaixo!

Para nascer uma camisa é preciso assistir ao Luciano arrasar no vocal e na performance, fazer backing vocal com o Ricardo, Izoel, Marquinho, Raquel, Karol, Rafael e mestre Rinaldo. É preciso se divertir com a coreografia improvisada do João, lamentar que só restam quatro latinhas no freezer, ficar rouco de tanto rir e cantar alto.

Uma camisa precisa de tudo isso para nascer. Precisa desse barulhinho bom, do sereno da madrugada e da sacanagem do poema para a “Rosca dos Pampas”. Precisa ser pendurada com carinho no cabide e admirada. Uma camisa como a nossa precisa ser usada com muito orgulho! Não apenas por ser um símbolo de união e conquista, mas por ser a pele sob a qual explodimos de prazer e alegria! E porque nossa camisa embeleza e cativa, ela ficou parecida com o amor!

Parabéns a todos que se empenharam na escolha do modelo e das cores! Parabéns aos organizadores do evento de ontem! A noite estava perfeita, camiseta por camiseta!

Prof. Charles.

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