quarta-feira, 7 de julho de 2010

Errar é divino!


Quando Raquel acerta a mão em sua famosa torta de banana, o mundo erra suas frutas. E não há receita para erros, sustos e contratempos. Errar é divino! Ontem tinha tudo para não ser e foi muito. Pra começar, errei a hora. Saí do apartamento da Raquel apressado julgando ser sete e meia, quando eram apenas seis e meia de uma noite estranha. Logo que termina a descida do Abraão fui fechado por um carro preto importado. O cara estava na fila e não me viu despencar a 50 km/h, por isso invadiu a pista na contramão. Raquel, que vinha atrás de mim, fez o que pode, ou seja, gritou: “Ai meu Deus!” No pequeno espaço que havia entre mim e o veículo assassino, a Cruel esnobou em perícia e habilidade. Equilibrando-se apenas na roda da frente, a danada deslizou comigo na vertical por uns cinco metros, um número circense que fez a Raquel acudir com “Ai, meu Deus! Ai, meu Deus! Jesus amado! Credo, Charles, credo!” Ainda com o cu na mão estacionei a Cruel e discuti com o motorista:
- Tá querendo me matar?!

- Eu não te vi!

- Mas eu tô de camisa laranja e com o farol ligado!

- E eu tava dando seta.

- Então basta dar seta e entrar na contramão?

- Eu não te vi!

- Então compra um óculos!

- Ah, vai, vai...

- Engraçado, se fosse um caminhão com os faróis apagados, terias visto. Como é uma bicicleta com o farol ligado, não viste nada!

- Ah, vai, vai...


E fui mesmo. Só quando cheguei na Ciclo Vil, vi o que Raquel já tinha visto: eram apenas sete horas! Enquanto eu e Raquel matávamos o tempo, que estava bem vivo ontem à noite, Castilho Power Ranger dava mais atenção à braçadeira luminosa que à carteira. Quando ele chegou à loja foi informado por telefone que dois policiais haviam encontrado sua carteira e estavam indo ao seu encontro. Alegria e alívio brilharam mais que as luzinhas castilhenses.

Aline teve um pneu furado assim que chegou à loja. Na saída, foi a vez do pneu do Luciano furar. Quando deixamos Forquilhinhas para trás e nos preparávamos para os morros do Desafio Jovem, Castilho envelheceu dois pneus e Aline mais um. Tentamos recomeçar outra vez o pedal, mas uma Trek furou o pneu. O jeito foi fazer o Desafio Velho mesmo, descendo e subindo a Avenida das Torres, cortando pelo Roçado e voltando para a Ciclo Vil, nosso ponto de partida. Como sobrava gás em todo mundo, desfilamos pelo estacionamento do Shopping Itaguaçu.

Depois veio a fome, e ali no Rei Dog, onde o Au Au não morde seu estômago, descobrimos um garçom meio pato. Primeiro, o rapaz disse que eu deveria me sentar para que ele pudesse fazer o pedido, o que significa que ele sofre da “Síndrome da Surdez em Pé”. Mas quando todos se sentaram, o rapaz demonstrou ter outras síndromes: “Síndrome da Confusão”; “Síndrome da Burrice”; “Síndrome da Impaciência”; “Síndrome do Mau-humor”; “Síndrome do Pânico a Ciclistas Famintos”, etc. Castilho Power Ranger pediu uma cerveja sem álcool e o rapaz fez uma cara de nunca ter ouvido falar em bebida de super-herói. Porém, o grande momento do lanche foi quando a Raquel fez uma pergunta filosófica:

- Qual é o tamanho do pão?

- ?!

- Qual a diferença entre o Dogão e o Dog?

- O Dogão é grande e o Dog é pequeno.

E porque tudo é tudo e nada é nada, ontem as calorias foram mais consumidas que consumadas. O jeito é atrapalhar o pedal dos Kveiras na quinta, convocando os Kostelas e suas câmeras esburacadas. Errar é cretino!

Prof. Charles.

2 comentários:

Gustavo Silva (Pit) disse...

Demais hein, Prof. Charles tem o dom mesmo... Boa sorte em BSB!

Abraços!

Sandálias do Outono disse...

Obrigado, Pit! Faltou dizer que tu e o Nando seguiram juntos para um treino mais "enKveirado".

Abração do prof!